Skip to main content

Xavante Leaders Speak Out at the 23rd Session of UNPFII


United Nations Permanent Forum on Indigenous Issues
23rd Session
New York, April 15-26, 2024

Theme 5(g): Thematic dialogues, including on the financing of Indigenous Peoples’ work and participation in the context of, inter alia, development, climate, environment and biodiversity

Presented by Jurandir Seridiwê Xavante, representing the Xavante Associations Warã, Eténhiritipa, Pimentel Barbosa, Ö'a'a, Mobilization of Indigenous Peoples of the Cerrado (MOPIC) and Cultural Survival

E ró wê di Madame,

We, the A’uwê-Xavante, live on Indigenous lands in the state of Mato Grosso, Brazil.
We reside in the cerrado, which we call 'ró. The 'ró is our world, from which we get our food (fish, game) and is also the source of our dreams, memories, rituals, and our future.

Thus, the 'ró is sacred to us. However, for agribusiness, the 'ró is just a cerrado, land to be used for growing grains destined for Europe and China.

Many mega-projects are destroying our territories, putting pressure on our lands, natural resources, and our culture. The Central West Integration Railway (FICO) and a high-tension power transmission line are dividing our lands and our people. Also, several hydroelectric plants will be built on Öwawë, our sacred river, as well as many other federal highways. One of these highways will pass over Tsõrepré, our “mother village”. This disrespects the memory of our people and the places where our ancestors are buried.

We do not want these projects, which are advancing without our consent.

We continue to demand that our territories—including Tsõrepré, Areões, Wedezé and others—be returned to our people.
These projects will destroy our A’uwê world and harm our health. Therefore, we strongly recommend and request that by the next Permanent Forum in 2025 two things be done:

1.    That the Forum draw attention to the negative impacts of infrastructure projects associated with agribusiness on the indigenous territories in Mato Grosso, especially of the Xavante people;

and

2.    That the Forum recommends that Brazil, and other countries, stop the mega infrastructure projects related to agribusiness until free, prior, and informed consent is achieved through a process that respects our way of decision-making in the Warã Council, and that Indigenous Peoples have genuine participation in the entire process.

Hepari! Thank you!


 

 

Fórum Permanente sobre Questões Indígenas das Nações Unidas 
23ª Sessão 
Nova Iorque, 15-26 de abril de 2025 

Tema 5(g):  Diálogos temáticos, inclusive sobre o financiamento do trabalho e da participação dos povos indígenas no contexto, entre outros, do desenvolvimento, do clima, do meio ambiente e da biodiversidade 
 

Apresentado por Jurandir Seridiwê Xavante. Representando as Associações Xavantes Warã, Eténhiritipa, Pimentel Barbosa, Ö’a’a, e Cultural Survival
 

 
E ró wê di, excelentíssima senhora,

Nós A’uwê-Xavante moramos em terras indígenas no estado de Mato Grosso, Brasil.  

Nós vivemos no cerrado, que nós chamamos de ‘ró.  O ‘ró é o nosso mundo, é de onde vem os alimentos (peixes, caça) e é também de onde vem os nossos sonhos, as memorias, os rituais e o nosso futuro.

Por isso, o ‘ró é sagrado para nós. Mas, para o agronegócio, o ‘ró é só cerrado, uma terra para ser usada para vender grãos para a Europa, para China.

Muitos empreendimentos estão destruindo os nossos territórios, pressionando nossas terras, a natureza e a nossa cultura. A Ferrovia de Integração do Centro Oeste e a linha de transmissão energia de alta tensão estão dividindo nossas terras e o nosso povo. Também diversas usinas hidrelétricas serão construídas no Öwawë, o nosso rio sagrado, bem como outras tantas rodovias federais. Uma dessas rodovias vai passar sobre o Tsõrepré, a nossa aldeia-mãe. Isso desrespeita a mémoria do nosso povo, e os lugares onde foram enterrados os nossos ancestrais.

Nós não queremos esses projetos, que estão avançando sem o nosso consentimento.

Nós continuamos exigindo que os nossos territórios – incluindo o Tsõrepré, Areões Wedezé e outros – sejam devolvidos ao nosso povo.
 
Esses projetos vão acabar com nosso mundo A’uwê e estragar a nossa saúde. Por isso, recomendamos e solicitamos com toda a nossa força que até o próximo Foro Permanente de 2025 duas coisas sejam feitas:
 
1.    Que o Fórum chame a atenção para os impactos negativos dos projetos de infraestrutura associados ao agronegócio sobre os territórios indígenas no Mato Grosso, em especial do povo Xavante;

e

2.    Que o Fórum recomende que o Brasil e outros países interrompam os projetos de mega infraestrutura relacionados ao agronegócio até que o consentimento livre, prévio e informado seja alcançado por meio de um processo que respeite nosso modo de tomada de decisão no conselho Warã, e que os Povos Indígenas tenham uma participação genuína em todo o processo.


Hepari! Thank you!